quinta-feira, 7 de março de 2013

Breveando


Interessante lembrar que, às vezes, os maiores medos, as maiores inseguranças e as maiores ciladas vêm de dentro de nós mesmos. Há que se pensar no que é transponível, no que, com a ajuda dos que amamos, conseguimos deixar para trás sem maiores dificuldades.
Faz parte do caminho, temos de aprender pela trilha pedregosa, ruída, justamente para dar valor à ladrilhada e bem pavimentada.
Ignorar é sensato, mas enfrentar é um ato de bravura imensurável.
Manter a janela fechada ajuda, mas em descompensação os ventos não fluem, o ar se impregna do cheiro de coisa fechada, que apodrece ao sabor da rigidez da prisão.
Ganhar o mundo, caros - do seu jeito, não do meu, porque afinal somos diferentes em muitos aspectos, mas parecidos em outros - requer força, flexibilidade, atenção e temperança. Mas também requer leveza, (ins)piração e descaramento.
É fato que às vezes nos dispomos a tentar consertar as dobradiças das janelas uns dos outros, principalmente  porque a minha sempre vive de reformas, tamanhas as tempestades que adentram por ela.
Tenho deixado que tragam desadaptabilidade, porque só assim aprenderei a lidar com situações diferentes em curtos espaços de tempo.
Testes, uma fase de intensos e ininterruptos testes é o que essa está sendo. Apenas vim para dizer que tenho conseguido vencer a ventania, que tenho superado o frio que estala os ossos. E o que é melhor: tenho apreciado o anoitecer sem medo do amanhecer, sendo ele nebuloso ou não.

Ao som de "Fly", Ludovico Einaude.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Oração para Março

Primeiramente preciso dar as boas vindas à este novo mês. Tua pressa para nascer, Março, roubando dois dias de Fevereiro, é como a minha pressa de ser feliz.
Nunca fui de dar boas vinda à um mês, assim como nunca fui adepto a pedir que ele me traga o que o anterior me roubou ou privou. O que realmente não quero é que o negrume das últimas três semanas não se repita e que agora estas nuvens pesadas se dissipem.
Foi a primeira vez que um fevereiro foi tão pesado para mim, mas creio que ele assim o foi para muita gente, também.
Discurso de gente preguiçosa à parte, um mês que nasce numa sexta feira não apresenta muitas premissas ruins.
Mas enfim, só precisava mesmo era expressar meus pedidos. 
O que mais quero para esse mês e para os próximos é justamente que eu consiga deixar tudo claro, em atos, palavras e intenções.
Quero perceber e dar mais campo aos belos projetos que se refletem na ligação da mente com o coração. E óbvio, manter os pés no chão, pois imaginação pode tanto engrandecer quanto revelar miragens e fantasias.
Não quero criar dubiedade ao dizer algo com as palavras e outra coisa com o coração.
Preciso me lembrar de vivenciar a Arte, a criatividade e a beleza, o que sei que está sempre ao meu redor, mas que acaba ofuscado pela faina do cruel cotidiano.
Que as águas de março sejam potáveis e é claro: fluam na direção certa, sem balbúrdia ou pedregulhos pelo leito deste rio chamado ano.
Que assim seja e assim se faça!

Ao som de "Only Time", Enya.